28.6.07

A problemática da carnalidade na Igreja de Corinto

Introdução

A palavra carnal significa da carne e do sangue . No sentido Bíblico refere-se ao homem que é dominado pelos seus desejos, como a concupiscência (apetite desregrado da vontade corrompida pelo pecado ), as paixões, a busca pela fama, pela exaltação pessoal, imaturidade, sem espiritualidade (embora se julgue altamente espiritual).
Já a palavra espiritual significa incorpóreo, que é da natureza do espírito. Dotado da natureza do espírito. O apóstolo Paulo refere-se a estes como crentes experientes, maduros (I Cor. 2:6), que não davam valor excessivo à sabedoria humana, mas que a sua inclinação era fazer a vontade de Deus, estes sabiam lidar convenientemente com a sabedoria humana.
Especificamente na exortação que Paulo faz aos carnais de Coríntios (I Cor.3:1), verificamos que começa por tratá-los por irmãos, termo que subentende afeição e é uma clara demonstração que mesmo os homens carnais, não eram considerados por Paulo como impios, mas como “meninos em Cristo”. Contudo mais tarde, verificou que não evoluíram no conhecimento de Deus permanecendo meninos.
“Em Coríntio, os ciúmes e as contendas que haviam causado suas divisões partidárias eram sinais de uma vida vivida de conformidade com a carne.”(C.T. Craig).“Eram pessoas convertidas, mas tinham um entendimento infantil, no conhecimento e na experiência, tinham muito pouco discernimento quanto às coisas espirituais e não possuíam ainda habilidade na palavra da justiça”(Jonh Gill) ) .
O ensino de Paulo reveste-se de extrema importância porque nos transmite verdades essenciais, no que se refere à transformação moral do crente, segundo a imagem de Cristo, exortando-nos a edificar convenientemente a nossa vida.

1. Entendendo a carnalidade

McQuilkin afirma que "a Escritura reconhece uma diferença básica entre cristãos. Ela faz distinção entre crentes carnais – “da carne” – que se comportam como pessoas não convertidas, e crentes espirituais, cujas vidas são dirigidas pelo Espírito de Deus." Esta mesma classificação é encontrada na tradição “wesleiana”, que declara: "Em 1 Coríntios 3:1-4 o apóstolo contrasta o homem espiritual com o carnal. Aqui ele abandona o homem natural incrédulo para cuidar do imaturo crente carnal da igreja de Corinto. "
Historicamente, o termo "carnal" tem sido usado para se referir a: 1) falsos cristãos, 2) aqueles que estão sob o domínio da natureza caída, 3) aqueles que têm apenas um interesse meramente externo no evangelho, e 4) cristãos que necessitam maturidade e têm problemas comportamentais.
Alguns estudiosos dizem que a expressão “carnal” não pode de forma alguma ser atribuída ao crente e esta expressão não tem um sentido ontológico, ou seja não se refere à existência cristã em si mesma. Paulo simplesmente usou esta expressão para repreender o comportamento carnal dos crentes. Por exemplo, Gordon D. Fee defende: "Paulo faz um ataque frontal e declara que os coríntios não são nem um pouco espirituais." Da mesma maneira, Gaffin afirma que "um crente ‘carnal’ ou ‘não espiritual’ é uma contradição de termos." Com efeito, o único sentido no qual há crentes "não espirituais" é aquele em que "eles mostram um comportamento altamente ‘não espiritual’, que deve ter um fim."
Ou seja Gaffin expressa a ideia que uma vez salvo e assim permanecendo só poderão ser espirituais e de forma alguma o cristianismo tem estágios, desde o momento que se aceita Jesus.
No meu ponto de vista e analisando a carta aos Corintos, penso que Paulo, não coloca em causa a salvação dos crentes de Corinto por isso não concordo na totalidade com Gaffin, porque na minha opinião existe mesmo distinção entre os crentes e a Bíblia diz:” mas pelos frutos os conhecereis” (Mt 7:17). Mas obviamente tal como Grudem afirma, o ensinamento da existência de crentes carnais, pode acabar por induzir os cristãos a “tornarem-se preguiçosos e a negligenciar o papel activo que a Escritura os ordena cumprir em sua própria santificação ”
Esta afirmação dá que pensar! O facto da salvação ser gratuita e ser um favor de Deus, deveria nos incentivar a ter um espírito humilde, um espírito grato, mas isso não acontece, parece que resolvida esta questão essencial, estagnamos na fé, ficamos preguiçosos, negligentes e acomodados, mas depois surge a pergunta: Porque é que a igreja não cresce?, Porque à tantas divisões, porquê?
Porque na minha opinião vivemos um Cristianismo teórico, em que nos dá um gozo tremendo ouvir que vamos para o céu, mas não estamos dispostos a mortificar todos os dias a nossa carne, tendo uma atitude de quebrantamento, vivendo um evangelho genuíno, ao invés disso, estamos nos socializando com o mundo ficando mais parecidos com eles, mas o nosso papel deve ser de mortificamos o pecado a cada dia, mortificação significa uma “luta continua contra a carne”, e neste caso entendo que para que a igreja saia do “marasmo espiritual” que está a viver, precisa mortificar-se, retirando todo o orgulho e ser humildes, dependendo em tudo de Cristo.

2. Sintomas de carnalidade nos Coríntios (3:1-4, 18-20)

• Não suportavam verdades espirituais profundas.
Alguns dos Coríntios “faziam pouco” de Paulo, desdenhando da simplicidade do seu ensino. O apóstolo redargui, dizendo que a sua simplicidade no caso correspondia à imaturidade deles. Apenas procura adaptar-se à incapacidade de seus ouvintes. Como espiritual, não lhes pudera falar como a espirituais, pela simples razão de não serem capazes de compreendê-lo nem de aceitar um ensino mais adiantado.
• O ciúme e a discórdia.
Os irmãos competiam entre si tentando mostrar-se superiores uns dos outros.
• Exaltação de pregadores.
Os coríntios tentavam aliar-se com um pregador ou outro, criando partidos rivais.
• Orgulho.
Eles pensavam que eram sábios (3:18), cheios de conhecimento (8:2) e espiritualidade (14:37). Egoísmo e presunção cegavam-nos para suas verdadeiras necessidades espirituais.
Paulo havia numa primeira fase ganho os Coríntios para Jesus e nesta fase não podiam estar amadurecidos, mas o cerne da preocupação de Paulo foi que depois de algum tempo eles não evoluíram, tanto que Paulo diz: “nem agora ainda podeis” receber alimento sólido. Na verdade tinham estagnado, continuando na posição de “crianças”, demonstrando tal vivência pelas suas obras.

3.Como edificar-mos uma vida espiritual (3:10-17)

• O fundamento do edifício de Deus
A igreja é o edifício de Deus, composto de Cristo como fundação e aqueles que são trazidos a Cristo como materiais de construção. Paulo doutrina pessoas que edificam as diferentes fases da construção: lançar a fundação e construir sobre a fundação. Àqueles que edificam a fundação, ele insiste que Cristo seja o material exclusivo. Àqueles que estão construindo sobre a fundação, Paulo adverte: “Cada um veja como edifica.” A autoridade para o comportamento do crente é a Palavra de Deus.
Podemos perguntar como ter Cristo como fundamento?
Cristo é o único, pelo qual podemos ser reconciliados com Deus, somos reconciliados, mas isso não anula a tendência pecaminosa que temos. Owen sustenta a ideia de que o seu efeito é inimizade contra Deus; e "inimigos podem ser reconciliados, mas não a inimizade; então, a única maneira de reconciliar inimigos é destruir a inimizade." Além disso, desde que "a graça transforma a natureza do pecado," o único tratamento adequado ao pecado na vida cristã é a mortificação. Mortificarmos a tendência pecaminosa é resistirmos à tentação, mantermos a nossa alma limpa, ter um espírito quebrantado, confessando diariamente as nossas culpas é seguirmos a santificação, ninguém pode dizer estar fundamentado em Cristo sem esta atitude. Boas obras, humanismo, boas ofertas não podem substituir este fundamento.

• Construindo o edifício de Deus
Existindo o fundamento, é necessário construir a estrutura edificada.
Paulo destaca vários materiais que podem ser incorporados na estrutura, e às vezes se emprega engenhosidade na tentativa de encontrar sentidos edificantes para todos eles. Tal trabalho é provavelmente vão, pois parece que Paulo está interessado simplesmente em duas classe, a dos valiosos, tipificados por ouro, prata e pedras preciosas, e a dos sem valor, a madeira, o feno e a palha.
Cada crente será julgado pelas obras que realizou como Cristão. Paulo compara as obras de Deus a três coisas que não podem ser queimadas pelo fogo… isto é, ouro, prata e pedras preciosas. A seguir menciona três outras coisas que podem ser queimadas, e que diz que o crente edifica sobre o fundamento empregando estas coisas, “se a obra se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como pelo fogo” (v. 15)
Como já vimos atrás o fundamento pode ser retirado da vida do crente e o primeiro passo é viver como carnal. A prática deliberada e contínua do pecado, as motivações erradas, destruirá a fé e não ficará assente no fundamento que é Cristo. Sem contrição profunda, arrependimento, sem dar lugar à fé em Jesus, sem mortificação o homem estará pedido! Não somente suas obras serão destruídas pelo fogo, mas ele próprio enfrentará o fogo do inferno.
É interessante que o fundamento numa construção não se vê, contudo são absolutamente, essenciais e na vida cristã não é diferente, aquilo que as pessoas vão ver nos cristãos é as obras que são feitas por causa do fundamento. Se as obras forem boas, Cristo será visto na vida do crente e servirá de testemunho. Por isso não é de admirar que Paulo, lembre os crentes que são templo de Deus (I Cor. 3:16), logo, devem renunciar a tudo que possa prejudicar a saúde, como bebedíce, glutonaria, impureza entre outros.
No final do capítulo 3 de I aos Coríntios, Paulo refere-se mais uma vez à prática carnal de seguir os homens. “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos” (vers. 20). Quando os homens decidem seguir aos homens e não a Cristo, é o mesmo que um cego guiando a outro cego. “Portanto”, diz Paulo, “ninguém se glorie nos homens” .


Conclusão
A questão da carnalidade é explicada por Paulo primeiramente como alguém que se converte e recebe a salvação contudo ainda não cresceu em conhecimento e graça. O apóstolo Paulo havia pregado o arrependimento aos coríntios e fê-lo de forma simples, porque causa da posição deles relativamente à fé (I Cor. 3:1). Passado algum tempo de se terem convertido, Paulo verificou que não fizeram progressos e ainda se encontravam na condição de crianças.(I Cor. 3:2).
E isso reflectia-se nos ciúmes, discórdia, exaltação de pregadores, orgulho, entre outros.
Depois Paulo passa a referir-se à edificação da vida da igreja, tipificando duas classes de edificação, uma feita de materiais preciosos e outra de materiais incendiáveis, que correspondem às obras de cada crente. Paulo não apenas exorta a viver uma vida sobre o fundamento que é Cristo, mas também exorta a viver uma vida em conformidade com a Palavra de Deus, porque desta forma viverá seguro e as suas obras não sofrerão dano. Devemos edificar a nossa vida, mortificando a nossa tendência pecaminosa, resistindo à tentação, mantendo a alma limpa seguindo a santificação. Paulo exorta-nos a seguir somente a Cristo ao invés de seguir os homens e andando na dependência de Cristo seremos aperfeiçoados no temor do Senhor.

Bibliografia
• ALMEIDA, J.F.; Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e corrigida; CPAD
• Dicionário da língua Portuguesa, Priberam informática, Porto Editora em CD-ROM, versão 1.0
• BOYER Orlando, Pequena enciclopédia Bíblica, editora vida, 7 edição, 1978
• CHAMPLIN, R.N., Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo, 9ª edição, editora candeia, 1995
• http://www.thirdmill.org/files/portuguese, 29-05-07
• ERDMAN, Charles R.; Primeira epistola aos Coríntios; Casa editora Presbeteriana; São Paulo; 1956
• MORRIS Leon, Introdução e comentário a I aos Coríntios, edições Vida Nova, 5ª edição, 1992
• WILLIAMS Morris, Comportamento do crente, Editora Vida, 4ª edição, 1994

12.6.07

A solução para o pior dos vírus



Introdução

Existem diferenciados vírus, quem trabalha com computadores sabe que um vírus pode danificar um computador, destruindo os seus ficheiros. Existem ainda os vírus que se instalam no nosso corpo, trazendo doenças e deixando-nos muito mal.
Eu tenho e já tive problemas com vírus, tanto no computador como na minha saúde física.
Mas hoje quero-vos falar de um vírus que afecta a todos e é a causa de tantos problemas na humanidade.
Este vírus chama-se pecado e está alojado no ser humano e tem trazido consequências terriveis para a nossa sociedade como as guerras, as doenças (sida, o cancro e as depressões) a pedofilia, as desigualdades sociais, o desemprego, as crises financeiras. Estas consequências existem ao ponto de algumas pessoas ficarem sem motivação para viver.
Todos estes factos são indesmentíveis e não podemos pensar que não nos atingem, o próprio facto de ficarmos debilitados de envelhecermos, de morrermos fisicamente, demonstra que o pecado existe mesmo e precisa de ser tratado convenientemente.
Eu quero lhe dizer com toda a convicção, que não é por acaso que eu estou aqui hoje, Deus existe mesmo e tem um plano que é a solução para dar paz e descanso à sua vida. E esta é a maior verdade. Fique atento ao que a Bíblia diz

1. Este vírus chamado pecado tem separado todos os homens de Deus.

O problema da humanidade teve o seu início em Satanás, Satanás iniciou a propagação deste vírus mortal chamado pecado. Este vírus tal como outros é contagiante e diz a Bíblia que passa de geração para geração, afectando todos. Diz a Bíblia: “Porque todos pecaram e separados estão da glória de Deus.
Por causa do pecado o homem encontra-se de costas voltado para Deus.
Estar separado de Deus é estar completamente minado pelo vírus do pecado. Neste estado estão todas as pessoas que rejeitam a Deus, não procuram a verdade não prestam atenção à lei de Deus e não aceitam o plano de Deus.
E quem assim procede vive infeliz, vive confuso, sem esperança e pior do que viver separado de Deus nesta terra é vivê-lo para toda a eternidade. Quero dizer-lhe que o maior sofrimento não é aqui na terra, a Bíblia fala-nos de dois lugares o céu e o inferno e quem está separado de Deus irá passar toda a eternidade no inferno que é um lugar horrível, de choro, de dor, um lugar de grande sofrimento. Mas só irá para o inferno quem não tomar medidas, ou seja quem não escutar com atenção o que lhes transmito agora.
Eu tenho boas notícias, eu sei como libertar-se do pecado eu sei como escapar do inferno o Remédio chama-se Jesus.

2. Jesus é o remédio para apagar o vírus do pecado

Deus por Seu grande amor ofereceu-nos o remédio que nos liberta do vírus do pecado, veja o que Jesus fez pela humanidade.

• Ele morreu em nosso lugar

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigénito para que todo aquele que Nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.

Deus ama-nos tanto que enviou o se único filho ao mundo para morrer por nós
Por causa do nosso pecado, estávamos condenados a morrer, mas Jesus morreu em nosso lugar, para nos libertar e perdoar os nossos pecados.
Jesus pagou o preço com o seu próprio sangue, foi maltratado, injuriado, e fez tudo isto para nos limpar do vírus maldito do pecado e para nos reconciliar com Deus

• Ele ressuscitou

Jesus morreu mas a morte não o pode conter, Ele ressuscitou. Os famosos fundadores de outras religiões que surgiram na história da humanidade estão todos mortos e enterrados; Com Jesus não aconteceu a mesma coisa. Jesus ressuscitou do sepulcro e há registro de testemunhas oculares que estiveram com Ele durante sua vida terrena e após a sua ressurreição, e viram-no ascender aos céus.
Ele não foi um mero mártir que se entregou por uma causa como tantos outros, a diferença é que Ele é Deus e tem todo o poder e é o único capaz de solucionar, estando Ele vivo podemos contar com a sua ajuda, Ele nos consola e nos dá animo, Ele nos dá alegria e a certeza da vida eterna no céu, onde não haverá morte mas gozo permanente.
E a Bíblia diz que: Em nenhum outro nome à salvação, diz ainda que Jesus é o caminho a verdade e a vida


3. Como receber Jesus

1.Precisa reconhecer que é pecador
Quando estamos doentes, o que precisamos fazer é reconhecer o nosso problema, depois disso vamos ao médico e ele faz o diagnóstico e dá-nos a receita.
Com o vírus espiritual do pecado não é diferente nunca se conseguirá libertar se não reconhecer. Não tenha vergonha de reconhecer aí estará a solução para a sua vida.

2.Aceitar o tratamento
Não vale de nada reconhecermos que estamos mal ir ao médico e depois não cumprir as recomendações e as receitas. E na nossa vida espiritual é fundamental fazer conforme Deus diz.
A oferta que Jesus faz só se torna efectiva ou seja só funciona para aqueles que crerem em Jesus e o aceitarem com fé. Diz a Palavra de Deus crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”
Liberte-se dê-se vírus e aceite Jesus, quando o fizer vai experimentar uma sensação de alivio, de leveza porque Jesus purifica de todo o pecado e nos faz viver uma vida a valer.

Conclusão

Existem duas possibilidades ou continua vivendo dominado pelo pecado ou aceita o que de graça Jesus dá. Faça a melhor escolha não hesite, não tem nada a perder só a ganhar.